
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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A raiva é uma emoção natural, como todas as outras. Não é uma explosão que deve ser reprimida e, em muitos casos, é uma resposta legítima que nossos corpos e mentes aperfeiçoaram ao longo de milhares de anos.
Ela tem raízes biológicas, funções sociais e significados culturais. Do ponto de vista evolutivo, essa emoção desempenhou um papel crucial: nos proteger. Quando alguém ultrapassava um limite — seja físico, emocional ou territorial — sentir raiva ativava a energia necessária para nos defendermos.
O psicólogo James Averill, por exemplo, descreveu a raiva como uma emoção que impulsiona ações organizadas. O problema surge quando ela é desencadeada sem uma causa direta aparente, e acabamos descontando em alguém que não merece. É aí que entra o conceito que a psicóloga María Pinilla chama de termômetro emocional.
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O que é o termômetro emocional?
“Imagine sua raiva como um termômetro que sobe de temperatura toda vez que alguém o trata mal, mas você não reage nem expressa o que sente”, explica a especialista. Por exemplo, uma mulher fura a fila no supermercado e sua temperatura emocional sobe 10 graus. Um amigo cancela um compromisso cinco minutos depois de você sair de casa. Mais 10 graus. Você chega em casa e seu parceiro não fez nenhuma tarefa doméstica. Agora você já está com 30 graus. Até que sua mãe liga e um simples comentário eleva mais 1 grau — o suficiente para o termômetro explodir, segundo Pinilla.
Toda a raiva acumulada ao longo do dia acaba sendo descarregada nessa pessoa, que não fez nada tão grave a ponto de justificar essa reação. Isso acontece porque guardamos nossas emoções para nós mesmos. Gerenciar emoções é desafiador, e muitas vezes temos tanta dificuldade em expressá-las que nos vemos sobrecarregados por elas.
Como lidar com a raiva de forma mais saudável
Podemos entender o termômetro emocional como uma metáfora que ajuda a explicar por que, às vezes, descontamos nossa raiva em pessoas queridas. A solução está em aprender a administrar esse sentimento de forma mais saudável — sem reprimi-lo, mas também sem deixar que ele exploda. A chave está na assertividade: comunicar o que sentimos, quando sentimos, de forma clara e sincera. Com respeito não apenas pelo outro, mas também por nós mesmos.
Para evitar que a raiva tome conta, vale começar com atitudes simples, como dizer "não" a planos que não queremos fazer ou falar abertamente sobre o que nos incomoda, em vez de guardar tudo para evitar conflitos. Pinilla alerta que, muitas vezes, “é difícil colocar esses comportamentos em prática porque aprendemos a invalidar nossas emoções por muito tempo”. Por isso, ela recomenda: se estiver difícil, procure a ajuda de um profissional da psicologia.
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