
Docente da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), Especialista em Inf...
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O que é Dengue?
A dengue é uma doença febril aguda causada por vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Muitas vezes, os sintomas do tipo mais leve da doença são confundidos com a gripe, enquanto sua forma mais grave, a dengue hemorrágica, pode levar à morte.
Transmissão e prevenção da dengue
A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
No início do século XX, o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito, visando reduzir os casos de febre amarela. Essa medida chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950.
Atualmente, a vacina da dengue é a melhor forma de prevenção da dengue, pois cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente por conta da doença de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020, foram identificados 979.764 possíveis casos de dengue no Brasil. O número é inferior ao registrado em 2019 (1.439.471). De acordo com a , um dos possíveis motivos é o medo da população em procurar unidades no contexto da pandemia de coronavírus.
Saiba mais: Saiba tudo sobre a transmissão da dengue
Causas
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, não constituindo uma doença contagiosa. A transmissão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida.
O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito da dengue adulto vive em média 45 dias. Uma vez em que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a doença se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias.
A transmissão da dengue raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C - por isso o mosquito se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve.
É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito da dengue podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.
Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.
Como é o mosquito da dengue
O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.
Costuma picar, transmitindo a dengue, nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa.
Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento.
A fêmea do Aedes aegypti também transmite chikungunya, Zika e a febre amarela urbana.
Tipos
O vírus da dengue possui 4 variações: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Todos os tipos de dengue causam os mesmo sintomas.
Caso ocorra um segundo ou terceiro episódio da dengue, há risco aumentado para formas mais graves da dengue, como a dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue.
Saiba mais: Sete estratégias para se proteger contra a dengue
Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta sintomas de dengue, combatendo o vírus sem nem saber que ele está em seu corpo.
Para aqueles que apresentam os sinais, os tipos de dengue podem se manifestar clinicamente de três formas:
Dengue clássica
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo muitas vezes confundida com a gripe. Tem início súbito e os sintomas podem durar de cinco a sete dias, apresentando sinais como:
- Febre alta (39° a 40°C)
- Dor de cabeça
- Cansaço
- Dor muscular e nas articulações
- Indisposição
- Enjôos
- Vômitos
- Entre outros
Síndrome do choque da dengue
A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência de pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e perda de consciência.
Dengue hemorrágica
A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada com dengue sofre alterações na coagulação sanguínea. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
No geral, a dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa está sendo infectada pela segunda ou terceira vez.
Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, e somente após o terceiro ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos.
Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pressão arterial do paciente, podendo gerar tontura e quedas.

Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorrespiratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada pode levar a óbito.
Sintomas
Os sintomas de dengue iniciam de uma hora para outra e duram entre cinco a sete dias. Normalmente eles surgem entre três a 15 dias após a picada pelo mosquito infectado. Os principais sinais são:
- Febre alta com início súbito (entre 39º a 40º C)
- Forte dor de cabeça
- Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos
- Manchas e erupções na pele, pelo corpo todo, normalmente com coceiras
- Extremo cansaço
- Moleza e dor no corpo
- Muitas dores nos ossos e articulações
- Náuseas e vômitos
- Tontura
- Perda de apetite e paladar
Sintomas de dengue hemorrágica
Os sintomas de dengue hemorrágica são os mesmos da dengue clássica. A diferença é que a febre diminui ou cessa após o terceiro ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em função do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Quando acaba a febre, começam a surgir os sinais de alerta:
- Dor abdominal fortes e contínuas
- Vômitos persistentes
- Pele pálida, fria e úmida
- Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
- Manchas vermelhas na pele
- Comportamento variando de sonolência à agitação
- Confusão mental
- Excesso de sede e boca seca
- Dificuldade respiratória
- Queda da pressão arterial:Pulso rápido
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória. A baixa circulação sanguínea pode levar a pessoa a um estado de choque. Embora a maioria dos pacientes com dengue não desenvolva choque, a presença de certos sinais alertam para esse quadro:
- Dor abdominal persistente e muito forte
- Mudança de temperatura do corpo e suor excessivo
- Comportamento variando de sonolência à agitação
- Pulso rápido e fraco
- Palidez
- Perda de consciência
A síndrome de choque da dengue, quando não tratada, pode levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
Dengue provoca diarreia
A diarreia pode, em alguns casos, ser um dos sintomas provocados pela dengue, como explica o médico clínico Pedro Soubihia de Faria. A possibilidade da apresentação desse sintoma, junto de vômitos, é um dos motivos pelos quais os cuidados ainda maiores com a hidratação são importantes.
Diagnóstico
Se você suspeita de dengue, vá direto ao hospital ou clínica de saúde mais próxima. Na consulta médica, o atendente poderá observar sinais clínicos como: fígado aumentado (hepatomegalia), pressão baixa, erupções cutâneas, olhos vermelhos, pulsação fraca e rápida.
Porém, o diagnóstico de certeza é feito com o exame de sangue para dengue ou sorologia para dengue.
Saiba mais: Como a água parada contribui para a transmissão da doença?
Além disso, o governo incluiu o uso de testes rápidos para dengue na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). O item irá otimizar o diagnóstico laboratorial. Serão disponibilizados aos estados e municípios dois milhões de testes rápidos imunocromatografia qualitativa (IgM/IgG) para dengue.
Fatores de risco
Fatores que colocam você em maior risco de desenvolver dengue ou uma forma mais grave da doença incluem:
Viver ou viajar a áreas tropicais
Estar em áreas tropicais e subtropicais aumenta o risco de exposição ao vírus que causa dengue. As áreas especialmente de alto risco são o Sudeste Asiático, as ilhas do Pacífico Ocidental, a América Latina e o Caribe.
Infecção prévia
A infecção anterior com um vírus da dengue aumenta o risco de ter sintomas graves se você estiver infectado novamente.
Exames
O diagnóstico da dengue pode ser feito com os seguintes exames:
Exames laboratoriais para dengue
- Testes de coagulação
- Eletrólitos (sódio e potássio)
- Hematócrito
- Enzimas do fígado (TGO, TGP)
- Contagem de plaquetas
- Testes sorológicos (mostram os anticorpos ao vírus da dengue)
- Raio-x do tórax para demonstrar efusões pleurais
Os exames de sangue e sorologia levam de três a quatro dias para ficar pronto. No atendimento, outros exames serão realizados para saber se há sinais de gravidade ou se você pode manter repouso em casa.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar são:
- Clínico geral
- Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram.
- Histórico médico, incluindo outras condições que tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade.
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando seus sintomas começaram?
- Seus sintomas são contínuos ou ocasionais?
- Quão graves são os seus sintomas?
- Alguma coisa parece melhorar seus sintomas ou piorar?
- Você viajou no último mês? Se sim, para qual lugar?
- Você foi mordido por mosquitos durante a viagem?
- Você já entrou em contato com alguém que estava doente?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.
Para dengue, algumas perguntas básicas incluem:
- Qual é a causa mais provável para os meus sintomas?
- Que tipos de testes eu preciso fazer?
- Quais tratamentos estão disponíveis?
- Em quanto tempo irei me sentir melhor?
- Existem efeitos a longo prazo desta doença?
- Estou mais propenso a ter novas infecções pela dengue?
- Você tem algum folheto ou outro material impresso que eu possa levar para casa comigo?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Buscando ajuda médica
Fique atento aos sintomas. Os principais são: dor abdominal severa, dificuldade em respirar ou sangramento no nariz, vômito ou diarreia.
Se esses sinais persistirem, procure um pronto-socorro imediatamente e explique ao médico o que está sentindo. Aproveite e tire todas as suas dúvidas.
Tratamento
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue que possa matá-lo ou curar. Faz-se apenas o uso medicamentos para os sintomas da doença, ou seja, fazer um tratamento sintomático.
É importante tomar muito líquido para evitar a desidratação. Caso haja dores e febre, pode ser receitado algum medicamento antitérmico, como o paracetamol.
Em alguns casos, é necessária internação para hidratação endovenosa e, nos casos graves, tratamento em unidade de terapia intensiva.
Saiba mais: Dengue: como ocorre a transmissão da doença?
Medicamentos para evitar
Pacientes com dengue ou suspeita de dengue devem evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada. Esses medicamentos têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos.
Outros anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o risco de sangramentos.
Medicamentos indicados
O paracetamol e a dipirona são os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas de dor e febre devido ao seu perfil de segurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da Saúde, como pela Organização Mundial da Saúde.
SAIBA MAIS: Homeopatia para dengue: remédios aliviam os sintomas
Tem cura?
No caso da dengue clássica, a febre dura sete dias, mas a fraqueza e mal estar podem perdurar por mais tempo, às vezes por algumas semanas. Embora seja desagradável, a dengue clássica não é fatal. As pessoas com essa doença se recuperam completamente.
No entanto, é muito importante ficar atento aos sinais de alerta da manifestação da dengue hemorrágica, que são, principalmente, os sangramentos no nariz, boca e gengiva. Essa forma de dengue quando não tratada rapidamente pode levar a óbito.
Prevenção
Tome a vacina
A vacina contra dengue foi criada para prevenir a manifestação do vírus. Atualmente apenas uma vacina foi licenciada no Brasil, a desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur.
Ela é feita com vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos de dengue existentes. Possui a estrutura do vírus vacinal da febre amarela, o que lhe dá mais estabilidade e segurança.
Vacinas com o vírus atenuado são aquelas que diminuem a periculosidade do vírus, garantindo que ele não cause doenças, mas sejam capazes de gerar resposta imunológica, fazendo com que o organismo da pessoa reconheça o vírus e saiba como atacá-lo quando a pessoa for exposta a sua versão convencional.
Saiba mais: Vacina contra dengue: entenda como ela funciona e quem pode tomar
A eficácia na população acima de 9 anos é de, aproximadamente, 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue. Isso significa que em um grupo de cem pessoas, 66 evitariam contrair a doença.
Além disso, reduz os casos graves - aqueles que levam ao óbito, como a dengue hemorrágica - em 93% e os índices de hospitalizações em 80%.
Além dela, o Instituto Butantan está testando uma nova vacina feita no Brasil. O antídoto também é feito com vírus atenuados e está na última fase de testes.
Antes ela passou por testes clínicos nos Estados Unidos em 600 pessoas e depois em São Paulo por mais 300. O plano de fazer os testes agora em todo Brasil é garantir que as pessoas estudadas tenham contato com todos os sorotipos da doença.
Evite o acúmulo de água
Coloque tela nas janelas
Coloque areia nos vasos de plantas
O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia.
A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos.
Seja consciente com seu lixo
Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos. Assim você garante que eles ficarão desobstruídos, evitando acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem tampadas.
Saiba mais: Desvende mitos e verdades sobre a dengue
Coloque desinfetante nos ralos
Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária.
Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com desinfetante regularmente.
Limpe as calhas
Grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de dengue, mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades de água também.
Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti.
Lagos caseiros e aquários
Assim como as piscinas, a possibilidade de lagos caseiros e aquários se tornarem foco de dengue deixou muitas pessoas preocupadas, porém, peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos.
O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.
Uso de inseticidas e larvicidas
Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela Secretaria de Vigilância em Saúde têm eficácia comprovada, sendo preconizados por um grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde.
Saiba mais: Dengue: conheça as armadilhas da sua casa
Os larvicidas servem para matar as larvas do mosquito da dengue. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d'água, enfim, nos lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.
Saiba mais: Conheça os diferentes tipos de repelentes e a melhor forma de aplicação
Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização, que matam os insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o mosquito tem hábitos diurnos.
O fumacê, como é chamado, não é aplicado indiscriminadamente, sendo utilizado somente quando existe a transmissão da dengue em surtos ou epidemias.
Desse modo, a nebulização pode ser considerada um recurso extremo, porque é utilizada em um momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam ou não foram adotadas.
Algumas vezes, os mosquitos e larvas da dengue desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outro.
Uso de repelente
O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um método importante para se proteger contra a dengue. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados.
Os repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não possuem grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo.
Além disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo necessária diversas reaplicações ao longo do dia, o que muitas pessoas não costumam fazer.
Convivendo (Prognóstico)
Pessoas diagnosticadas com a dengue devem manter cuidados básicos como:
- Repouso
- Reposição de líquidos, principalmente recorrendo ao soro caseiro em casos de vômitos
- Uso correto dos medicamentos indicados.
Aplicativos para o combate da dengue
Existem vários aplicativos que ajudam no tratamento prevenção contra dengue . Veja alguns a seguir, sempre lembrando que eles não substituem um bom acompanhamento médico:
UNA - SUS Dengue: Este aplicativo possibilita que o usuário calcule a reposição de líquidos de acordo com suas características fisiológicas e apresenta dicas relacionadas ao tratamento e prevenção da doença. Avaliado com 4,4 estrelas na Google Play.
Observatório do Aedes Aegypti: O app possibilita que a população denuncie a suspeita de focos e casos de dengue. Dessa forma, o governo poderá ter acesso mais rapidamente às informações para planejar o combate. Avaliado com 4,3 estrelas na Google Play.
Complicações possíveis
A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência de pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e perda de consciência.
Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorrespiratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada pode levar a óbito.
Outras possíveis complicações da dengue incluem:
- Convulsões febris em crianças pequenas
- Desidratação grave
- Sangramentos.
Mais Sobre
Dengue no Brasil e no mundo
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em setembro de 2019, foram registrados 1.439.471 de casos em apenas um ano, o que representa um aumento de quase 600% em comparação com o mesmo período de 2018.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
Mosquito da dengue: Aedes aegypti
Acredita-se que o mosquito Aedes Aegypti chegou ao Brasil pelos navios negreiros, uma vez que as primeiras aparições do mosquito se deram no continente africano.
No início do século XX, o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito, visando reduzir os casos de febre amarela. Essa medida chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950.
No entanto, a dengue voltou a acontecer no Brasil na década de 1980. Segundo o Ministério da Saúde a primeira ocorrência do vírus no país, comprovada laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982 em Boa Vista (PR).
Referências
Revisado por: Sumire Sakabe, infectologista do Hospital 9 de Julho.
Rafael Freitas, biólogo e pesquisador do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz
Denise Valle, entomologista do Instituto Oswaldo Cruz
Bianca Grassi, infectologista do Hospital Samaritano
Mayo Clinic
Ralcyon Teixeira, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Ministério da Saúde
Pedro Soubihia de Faria, especialista clínico