
Infectologista formado na UFRJ, com residência médica em Infectologia no Hospital Antônio Pedro/UFF e no Hospital Univer...
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O que é Difteria?
A difteria (CID 10 - A36) é uma infecção causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida de pessoa para pessoa através de contato físico e respiratório. Ela forma placas amareladas frequentemente nas amígdalas, laringe e nariz. É também conhecida como crupe bacteriana.
Em casos mais graves, pode ocorrer um inchaço grave no pescoço, com aumento dos gânglios linfáticos. Isso pode gerar dificuldade de respirar ou bloqueio total da respiração.
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana e da vacina pentavalente, o número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, são registrados menos de cinco casos por ano no país.
Causas
O causador da difteria é a bactéria Corynebacterium diphtheriae. Seu principal reservatório é o próprio doente ou o portador (pessoa que carrega a bactéria no corpo, mas não apresenta sintomas). A via respiratória superior e a pele são locais habitualmente colonizados pela bactéria.
Transmissão da difteria
A transmissão se dá pelo contato direto de pessoa doente ou portadores através de gotículas de secreção respiratória, que podem ser eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por objetos pessoais capazes de absorver e transportar micro-organismos.
Em geral, leva cerca de 1-6 dias para a pessoa infectada começar a apresentar sintomas. No entanto, esse período pode ser mais longo. Uma pessoa infectada e doente pode transmitir a doença até duas semanas após o início dos sintomas, uma vez que após o tratamento as bactérias são eliminadas. No entanto, uma pessoa portadora pode eliminar o bacilo por 6 meses ou mais.
Sinônimos
Crupe
Sintomas
Os sintomas de difteria geralmente começam 1-6 dias após a pessoa se infectar. Os sinais incluem:
- Membrana grossa e acinzentada cobrindo a garganta e amígdalas
- Dor de garganta e rouquidão
- Glânglios inchadas (linfonodos aumentados) em seu pescoço
- Dificuldade em respirar ou respiração rápida
- Corrimento nasal
- Febre e calafrios
- Mal-estar.
Em algumas pessoas, a infecção por difteria provoca apenas uma doença leve – em alguns casos, não há qualquer sintoma.
Além da infecção comum na garganta, raramente a difteria pode afetar a pele, causando dor, vermelhidão e inchaço, que podem ser associados com outras infecções bacterianas da pele. Úlceras cobertas por uma membrana cinza também pode se desenvolver na difteria cutânea.
Diagnóstico
O diagnóstico de difteria é feito com base em um exame físico. O médico ou médica pode pedir um exame de cultura, colhendo amostras da inflamação na garganta ou pele.
Fatores de risco
Qualquer pessoa está suscetível a adquirir difteria. No entanto, alguns grupos estão em maior risco:
- Crianças e adultos que não receberam a vacina
- Pessoas que vivem em condições de superlotação ou insalubres
- Pessoas que viajam para uma região onde a difteria é endémica.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar difteria são:
- Clínico geral
- Pediatra
- Dermatologista
- Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Histórico de vacinas (cartão de vacinação)
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
Buscando ajuda médica
Marque uma consulta médica se você ou seu filho foi exposto a alguém com difteria. Também é importante se certificar de que suas vacinas e as de seus filhos estão em dia.
Tratamento
Entre os medicamentos receitados para tratamento da difteria estão:
- Antitoxina, injetado em uma veia ou no músculo. O medicamento neutraliza a toxina da difteria que já circula no corpo
- Antibióticos, como a penicilina ou eritromicina.
A equipe médica também podem remover algumas das membranas que se formam na garganta, caso elas estejam obstruindo a respiração.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de difteria são:
- Bepeben
- Ciprofloxacino
- Doxiciclina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a difteria é com a vacinação, que pode ser a tríplice bacteriana ou a pentavalente.
A vacina tríplice bacteriana clássica (difteria, tétano e pertussis acelular), está indicada para crianças com até sete anos de idade. Após essa data é utilizada a vacina de dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto).
Há também a vacina pentavalente, indicada para imunização ativa de crianças a partir de dois meses de idade contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b.
Ambas vacinas estão disponíveis no calendário oficial do Ministério da Saúde. Pessoas que não tomaram essa vacina quando crianças devem buscar a imunização, principalmente profissionais da saúde, militares, policiais, bombeiros, profissionais da aviação, profissionais que viajam muito, coletores de lixo, dejetos e águas contaminadas, alimentos e bebidas, profissionais que trabalham com crianças ou animais, manicures e podólogos. Nestes grupos, a vacinação é especialmente indicada.
Complicações possíveis
Crupe pode matar?
Se não for tratada, a difteria pode causar inchaço dos gânglios linfáticos da garganta, obstruindo a respiração, podendo levar à morte. A toxina produzida pela bactéria pode levar a problemas neurológicos ou cardíacos.
Referências
- Revisado por: Dr. Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Cedic Cedilab em Cuiabá - CRM 477743
- Ministério da Saúde
- Organização Mundial da Saúde
- Fundação Oswaldo Cruz.