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O que é Coqueluche?
Coqueluche (CID 10 - A37) é uma doença infecciosa altamente contagiosa que atinge as vias respiratórias, causada por uma bactéria e que acomente principalmente crianças e adolescentes. Atualmente, há uma vacina como modo de prevenção. É geralmente marcada por tosse severa e seca, seguida por uma ingestão aguda de ar que soa como um "grito”.
Coqueluche em bebês
Mortes associadas à doença são raras, mas podem acontecer principalmente em bebês. Por isso, é muito importante que grávidas e outras pessoas que entrarão em contato com uma criança recém-nascida sejam vacinadas contra a coqueluche (vacina tríplice bacteriana).
Causas
A coqueluche é causada pela infecção de uma bactéria chamada Bordetella pertussis - por isso a doença é também conhecida como "pertússis". Esse microrganismo atinge o topo da garganta (faringe), dando origem às fortes tosses.
Como é a transmissão da coqueluche
A transmissão da coqueluche acontece por pequenas partículas de saliva ou muco contendo a bactéria são lançadas no ar. Assim, quando uma pessoa infectada com coqueluche espirra, fala ou ri,é possível infectar outras pessoas que respiram o ar contendo essas partículas.
Além disso, a bactéria pode contagiar outras pessoas caso o infectado entre em contato com alguém após espirrar ou tossir, cobrindo a boca e nariz com as mãos, que ficam contaminadas com as bactérias.
O período de incubação da doença varia de 7 a 14 dias. Isso quer dizer que, em até uma semana, a pessoas pode começar a apresentar os primeiros sintomas de coqueluche após ser infectada com a bactéria.
Saiba mais: Tosse forte desperta suspeita de coqueluche
É importante notar que a infecção por coqueluche pode atingir também pessoas adultas e idosos e também pode ocorrer em qualquer época do ano. Entretanto, a doença acomete principalmente as crianças menores de dois anos.
Sintomas
Os sintomas de coqueluche podem durar cerca de seis semanas e acontecem em três estágios - especialmente nas crianças mais novas. Adultos e adolescentes podem não seguir esse padrão de sintomas.
Os sintomas de coqueluche podem ser divididos em três fases:
Estágio 1 (catarral): os sintomas são muito parecidos com um resfriado ou uma gripe comum.
Esses sintomas podem durar entre vários dias até duas semanas. É nessa fase também que o paciente está mais suscetível a transmitir a doença.
Estágio 2 (paroxístico): os sintomas de resfriado tendem a desaparecer, mas a tosse fica pior - no que os médicos chamam de tosse espasmódica.
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
- Você pode tossir tanto e tão intensamente a ponto de não conseguir respirar
- Quando você finalmente consegue puxar o ar, soa como um "grito" agudo
- Após uma crise de tosse, você pode vomitar ou se sentir muito cansado
- Entre uma crise de tosse e outra, você se sente normal.
Os sintomas são mais severos nesta fase. Eles durante entre duas a quatro semanas, podendo perdurar por mais tempo.
Estágio 3 (convalescente): o paciente ainda apresenta alguns sintomas, mas se sentirá melhor e recuperado, já que a doença começa a regredir.
- A tosse pode ficar mais ruidosa
- Crises de tosse podem acontecer em episódios isolados durante algumas semanas
- Se você pega um resfriado ou gripe, os sintomas ficam mais intensos e a tosses mais frequentes
Adultos e adolescentes podem ter sintomas mais leves do que bebês e crianças pequenas. A gravidade dos sintomas depende também do clima e há quanto tempo a pessoa foi vacinada.
Geralmente, o conjunto de sintomas da coqueluche dura entre 6 e 10 semanas, mas pode se prolongar por mais tempo.
Diagnóstico
Diagnosticar a coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças respiratórias.
Às vezes, os médicos podem diagnosticar coqueluche simplesmente perguntando sobre os sintomas ou ouvindo o som da tosse. Em outros casos, o especialista pode pedir alguns exames, tais como:
- Espirometria
- Exames de sorologia
- Raio x do tórax
Fatores de risco
Menor efeito da vacinação após anos: Os dois principais fatores de risco para se contrair coqueluche são referentes à vacinação. Pode ser que a vacina que você tomou quando bebê pare de fazer efeito com o passar dos anos, tornando você suscetível à doença novamente.
Falta de vacinação: Além disso, as crianças não são totalmente imunes à coqueluche até que tenham recebido as três doses necessárias da vacina pentavalente (aquela que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae B). Em alguns casos, pode ser que ela contraia a doença nesse intervalo.
Buscando ajuda médica
É recomendado procurar um hospital com urgência (procure por clínico geral) em casos de tosses prolongadas, especialmente se também apresentar:
- Vômito
- Coloração da pele vermelha ou azul, devido à falta de ar
- Respiração ruidosa após as crises de tosse
Se há suspeita de que você ou seu filho esteja com coqueluche, marque uma consulta médica. Sintomas mais severos podem necessitar de uma visita com urgência para o departamento de emergência de um hospital.
Saiba mais: 11 atitudes que facilitam a consulta médica
Tratamento
Crianças pequenas geralmente são hospitalizadas durante o tratamento, uma vez que a coqueluche é perigosa nessa idade.
Se a criança não consegue comer ou beber, pode ser necessária a administração de fluídos intravenosos. Ela também pode ser mantida em quarentena para evitar que a infecção se espalhe.
Já o tratamento para crianças mais velhas e adultos pode ser feito em casa.
Antibióticos matam a bactéria causadora da coqueluche e ajudam na rápida recuperação. Entretanto, não há muita coisa que pode ser feita para prevenir ou aliviar a tosse. Medicamentos para esse sintoma tem pouco efeito sobre a doença, por isso seu uso não é recomendado.
Medicamentos
O medicamento mais usado para o tratamento de coqueluche é a Azitromicina.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a coqueluche é através da vacinação. No Brasil, há duas vacinas que evitam o contágio da doença e que são oferecidas gratuitamente em postos de saúde por todo o país.
É importante notar que a imunização não oferece proteção permanente contra a doença, podendo durar até dez anos sem prejuízos. No entanto, pessoas vacinadas dificilmente contraem coqueluche ao longo da vida.
Vacina pentavalente: a vacina pentavalente é dada em três doses diferentes e previne contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae B.
- Primeira dose: aos dois meses de vida do bebê
- Segunda dose: aos quatro meses de vida do bebê
- Terceira dose: aos seis meses de vida do bebê
Vacina DTP (tríplice bacteriana): a vacina tríplice bacteriana é dada em duas doses de reforço e previne contra difteria, tétano e coqueluche.
- Primeiro reforço: aos quinze meses de vida da criança
- Segundo reforço: aos quatro anos de idade da criança
Convivendo (Prognóstico)
As dicas a seguir podem ser seguidas por qualquer pessoa (criança ou adulto) que está tratando a coqueluche em casa:
- Relaxe e mantenha repouso
- Beba muito líquido, como água, sucos naturais e sopas
- Faça refeições pequenas, para evitar o vômito
- Use um umidificador de ar no quarto para ajudar a diluir as secreções pulmonares
- Evite agentes irritantes no ar, como fumaça de cigarro e aromatizantes
- Evite o contato da pessoa infectada com pessoas saudáveis
Complicações possíveis
A maioria das pessoas se recupera da coqueluche sem complicações. No entanto, algumas reações adversas podem ocorrer, relacionadas principalmente com a tosse em formas mais graves. Entre as principais complicações estão:
- Costelas machucadas ou rachadas
- Hérnias abdominais
- Vasos sanguíneos da pele ou olhos estourados
Complicações da coqueluche em bebês
- Infecções de ouvido
- Pneumonia
- Parada respiratória
- Desidratação
- Convulsão
- Lesão cerebral.
Como os bebês e crianças estão em maior risco de complicações da coqueluche, eles são mais propensos a precisar de tratamento em um hospital.
Referências
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Jessé Reis Alves, médico infectologista - CRM 71991 SP