Gastroenterologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização pelo Hospital Federal de Lagoa...
iManuela Pagan é jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2014) e em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008).
iO que é Gripe H3N2?
O H3N2 é um tipo de gripe, subtipo do vírus influenza A. Por ser facilmente transmitido entre as pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando alguém com o vírus tosse ou espirra, é associado às epidemias sazonais que acontecem em diferentes localidades do mundo. Os sintomas da gripe H3N2 são os clássicos de outros tipos de gripe, como febre, dor no corpo e tosse.
São registrados com frequência surtos regionais desse vírus da gripe. O nome H3N2 se dá por conta da quantidade de ligações de proteínas que compõem o vírus. São diferentes hemaglutininas (H) e neuraminidases (N), dando origem aos tipos H1N1, H3N2, H7N1 e outros.
Atualmente, circulam no Brasil os vírus do influenza A/H1N1, A/H3N2 e influenza B.
Saiba mais: Gripe H1N1 ou resfriado? Saiba como diferenciar as duas doenças
Causas
Como toda gripe e a COVID-19, o vírus H3N2 tem transmissão por secreções respiratórias da pessoa contaminada, como gotículas de saliva, de tosse, espirro ou mesmo durante a fala. Por isso, o distanciamento físico, a higiene das mãos e o uso de máscara são algumas das formas de prevenção.
Sintomas
Sintomas da gripe H3N2
Os sintomas da gripe H3N2 são:
- Febre alta
- Tosse seca
- Dor de garganta
- Falta de ar
- Dores musculares
- Fraqueza
- Dor de cabeça
- Náuseas e vômitos
- Congestão nasal e espirros
- Diarreia, principalmente em crianças
Podem ser observados outros sintomas como vermelhidão no rosto, dores no corpo e cansaço. Entre o segundo e o quarto dia, os sintomas do corpo em geral tendem a diminuir enquanto os sintomas respiratórios aumentam, aparecendo com frequência uma tosse seca.
Quanto tempo dura a gripe H3N2?
O período de incubação do vírus H3N2 pode ser de até cinco dias e a gripe pode durar alguns dias ou até semanas, sendo em média 7 dias. O adulto infectado pode transmitir o vírus um dia antes do início dos sintomas até 7 dias depois. Crianças, no entanto, podem transmitir por até 14 dias. Importante: quando há sintomas intensos, sobretudo febre, é maior o risco de contágio para outras pessoas.
Além disso, é importante estar atento ao grupo de pessoas que têm maior chance de desenvolver formas graves da doença e observar caso haja agravamento do quadro, com sintomas como falta de ar e prostração. São eles:
- Idosos
- Crianças
- Gestantes e puérperas
- Pessoas com doenças crônicas e imunocomprometidos
- Pessoas com obesidade
Diagnóstico
Após o aparecimento dos sinais clínicos, o paciente pode procurar atendimento médico para que seja retirada uma amostra da secreção da nasofaringe, que deve ser colhida preferencialmente nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas.
Os especialistas que podem identificar os sintomas da gripe H3N2 são:
- Clínico geral
- Infectologista
- Pneumologista
É importante buscar ajuda médica se os sintomas forem muito intensos nas primeiras 48 horas, se a pessoa apresentar falta de ar e se a gripe persistir por mais de sete dias.
Tratamento
Tratamento para gripe H3N2
Em grupos de risco, o tratamento para a gripe pode ser feito com o uso do antiviral à base de fosfato de oseltamivir (Tamiflu), porém, somente com prescrição médica.
Entram no rol de tratamentos os medicamentos que controlam os sintomas, como:
- Antitérmicos
- Analgésicos
- Expectorantes
Saiba mais: Remédio caseiro para gripe e resfriados: 6 receitas que funcionam
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de gripe são:
- Acetilcisteína
- Aspirina 500mg
- Advil
- Alivium
- Apracur
- Benegrip
- Bisolvon
- Bromexina
- Clobutinol + Succinato de Doxilamina
- Carbocisteína
- Cimegripe 77C
- Cimegripe Dia
- Coristina D
- Flanax 550mg
- Fluitoss
- Ibupril (cápsula)
- Ibupril (gotas)
- Ibupril 400mg
- Ibuprofeno
- Leucogen
- Multigrip
- Naldecon Dia
- Naldecon Noite
- Paracetamol
- Tamiflu
- Trimedal
- Tylenol sinus
Prevenção
Hábitos adquiridos para a prevenção da COVID-19 também funcionam para evitar ficar gripado, seja pelo vírus H3N2 ou por outro tipo, especialmente em dias frios, quando os vírus circulam mais pois os locais ficam menos arejados. São eles:
- Seguir hábitos de vida saudáveis
- Beber bastante água
- Lavar sempre as mãos com água e sabão
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar
- Evitar circular em locais com muitas pessoas em que não haja circulação de ar
- Abrir as janelas nos ambientes com mais pessoas
Vacina da gripe
A vacina da gripe é a melhor maneira de evitar a gripe e suas complicações. Todos os anos, é necessário receber uma nova dose, já que a sua composição é alterada de acordo com o tipo de vírus mais provável de se disseminar, bem como suas mutações. A vacina da gripe previne aproximadamente de 70% a 90% dos casos de gripe.
Saiba mais: Invista nos alimentos e hábitos que previnem a gripe
As vacinas são trivalentes, ou seja, imunizam contra três tipos de vírus diferentes. A composição da vacina é recomendada anualmente pela OMS, com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, a cada ano a vacina da gripe muda para proteger contra os tipos mais comuns de vírus da gripe naquela época.
Em 2023, a vacina da gripe, que é fragmentada e inativada, possui 3 tipos de cepas:
- A/Sydney/5/2021 (H1N1)
- A/Darwin/9/2021 (H3N2)
- B/Áustria/02/1359417/2021 (linhagem B/Victoria)
Saiba mais: 9 alimentos para consumir em dias de gripe
Quem toma vacina da gripe pode pegar H3N2?
Se vacinar contra gripe é a melhor forma de se prevenir contra a doença. É possível que, com o surgimento de novas variantes do vírus, as vacinas funcionem de maneira parcial e o indivíduo fique gripado. Ainda assim, a proteção parcial é melhor do que não ter proteção. Por isso, é sempre recomendado manter o calendário de vacinação em dia.
Todas as vacinas aplicadas são seguras, eficazes e não causam a doença.
Complicações possíveis
A principal complicação decorrente da gripe H3N2 consiste em crises de insuficiência respiratória que podem levar o paciente a óbito se não forem tratadas imediatamente.
Além disso, existem outras complicações como pneumonia, desidratação e o risco de surgimento de outras infecções, já que as defesas do organismo estão baixas pela infecção viral.
Referências
Dra. Andréa Kasmim (CRM 21462/DF), clínica geral e pediatra
Dr. Marcelo Mendonça (CRM 59185/SP), infectologista do Hospital Santa Paula
Dr. Renato Kfouri (CRM 59492/SP), infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana
Vacinação contra influenza: informe técnico operacional. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/informes-tecnicos/informe-tecnico-operacional-de-vacinacao-contra-a-influenza-2023
Sociedade Brasileira de Infectologia