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O que é Gripe H1N1?
Atualizado em 14/10/2020
A gripe H1N1 (CID 10 - J11) é uma doença causada pela mutação do vírus da gripe (Influenza) e é popularmente conhecida como gripe suína e integra o grupo de vírus influzenza tipo A. Os sintomas da doença e transmissão são bem parecidos com os da gripe comum, porém as complicações podem ser mais graves.
As vacinas são do tipo trivalentes, ou seja, imuniza o paciente contra três tipos de vírus diferentes.
Casos da gripe H1N1 no Brasil em 2019
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019 foram registrados 3.430 casos de infecção pela influenza a no Brasil, com 796 óbitos - mostrando um aumento do impacto da doença no país.
A composição é recomendada anualmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, a vacina da gripe H1N1 muda a cada ano, para proteger contra os tipos mais comuns de vírus naquela época.
Além da vacinação, desse modo, a prevenção da gripe H1N1 segue as mesmas diretrizes da prevenção de qualquer tipo de gripe, só que o cuidado deve ser redobrado:
Diferenças entre H1N1, H2N3 e H3N2
Não há grandes diferenças entre os vírus H1N1, H2N3 e H3N2 no que diz respeito às doenças que cada um causa, na maneira de se prevenir e no tratamento. A distinção entre os três subtipos de Influenza está nas proteínas específicas que cada um tem em sua superfície.
O problema da H1N1, no entanto, é que ela pode levar o paciente à morte devido ao agravamento dos sintomas, quando comparado aos quadros de outros tipos de gripe. Portanto, ela pode ser considerada como um tipo mais agressivo se não tratada adequadamente.
Causas
O que causa a gripe H1N1?
O H1N1 foi identificado pela primeira vez em porcos, mas mutações do vírus se tornaram uma ameaça aos seres humanos. Como todo vírus considerado novo, para o qual não costumam existir métodos preventivos, o agente da gripe H1N1 se espalhou rapidamente pelo mundo.
A transmissão ocorre da mesma forma que a gripe comum, ou seja, por meio de secreções respiratórias passadas de uma pessoa para outra, como gotículas de saliva, tosse ou espirro, principalmente. Além disso, é possível pegar a gripe por contato com superfícies contaminadas com gotículas respiratórias (o que pode incluir qualquer objeto).
Saiba mais: Saiba como diferenciar a Gripe H1N1 de um resfriado
Segundo a OMS e o Center for Diseases Control (CDC), o centro de controle de doenças nos Estados Unidos, não há risco do H1N1 ser transmitido pela carne de carne de porco porque o vírus é eliminado durante o cozimento.
Pandemia
De acordo com a OMS, 207 países notificaram casos confirmados de gripe H1N1 entre 2009 e 2010. Durante este período, foram quase 9 mil mortos pela gripe suína.
O surto começou no México, onde uma doença respiratória se alastrou pela população, chegando rapidamente aos Estados Unidos, Canadá e, depois, para o restante do mundo – devido às viagens aéreas. Em junho de 2010, a OMS então classificou a gripe H1N1 como pandemia - algo parecido com o que acontece com a pandemia de coronavírus.
Sintomas
Os sintomas da gripe H1N1 são muito parecidos com os da gripe comum. A diferença é que a gripe suína apresenta mais alterações gastrointestinais. Os sinais mais comuns são:
- Febre
- Tosse
- Dor de garganta
- Mal estar
- Cefaleia
- Vômito
- Diarreia.
Sintomas incomuns
Sintomas menos incomuns da gripe H1N1, mas que podem se manifestar em pacientes com a doença são:
- Tremores e calafrios
- Dores musculares
- Dores nas articulações
- Falta de ar
- Coriza
- Chiado no peito.
Diagnóstico
Como detectar a H1N1
A suspeita de gripe H1N1 ocorre em pessoas com sinais e sintomas compatíveis aos de gripe comum. A partir do quadro clínico, o médico solicita um exame laboratorial para confirmar a presença do vírus no sangue. Dependendo do tempo dos sintomas, o exame pode ser positivo ou não. Um exame negativo não necessariamente exclui o diagnóstico.
Para ser o quadro ser definido como gripe, inicialmente, é necessário que o paciente apresente febre de 37,8º C ou mais, dor de garganta e/ou tosse. Se houver um teste laboratorial positivo para H1N1, está fechado o diagnóstico.
Fatores de risco
A gripe H1N1 pode afetar pessoas de todas as idades, como qualquer gripe. Porém, no período em que houve a pandemia, notou-se que o vírus infectou mais pessoas entre os 5 e os 24 anos. Nesse contexto, foram poucos os casos de gripe H1N1 relatados em pessoas acima dos 65 anos de idade.
Além disso, há alguns fatores de risco que facilitam o surgimento da doença, como:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Asma
- Doença cardíaca
- Doença neurológica
- Imunodepressão (pacientes com HIV e transplantados)
- Gravidez (principalmente no fim da gestação)
- Fetos e recém-nascidos de mães que tiveram H1N1
- Diabetes
- Obesidade
Quase todas as pessoas que evoluem para casos graves, necessitando de internação hospitalar, apresentam alguma doença prévia. Por outro lado, uma a cada três pessoas que morreram pela gripe não tinha nenhuma doença prévia.
Além disso, populações indígenas e com idade acima de 50 anos também tiveram casos mais graves durante a pandemia. Já indivíduos com mais de 65 anos tiveram quadro ameno, atribuído ao contato prévio com vírus semelhante na década de 1950.
Na consulta médica
Qualquer médico pode diagnosticar a gripe H1N1, sendo que alguns especialistas podem ter mais experiência com a doença, como:
- Infectologista
- Pneumologista
Buscando ajuda médica
É importante buscar ajuda médica se os sintomas forem muito intensos nas primeiras 48 horas, especialmente se a pessoa apresentar dispneia (falta de ar) e se os sinais persistirem por mais de sete dias.
Saiba mais: 11 atitudes que facilitam a consulta médica
Tratamento
O principal tratamento para qualquer cepa do vírus Influenza é feito com o uso do antiviral à base de fosfato de Oseltamivir (como Tamiflu), que somente deve ser usado com prescrição médica.
As principais indicações de uso dessa medicação são para casos que evoluem com piora importante; àqueles que requerem hospitalização; e pessoas de risco, com doenças crônicas, crianças, idosos, gestantes e mulheres em puerpério. O oseltamivir faz melhor efeito quando tomado no início do quadro.
Como em toda gripe, os tratamentos são sintomáticos, com antitérmicos, analgésicos e expectorantes, que controlam os sintomas da doença, como febre e dores. Os antivirais só devem ser utilizados sob prescrição médica, para casos específicos.
Além disso, é indicado que o paciente permaneça em repouso, consuma bastante líquido, tenha uma dieta equilibrada e evite permanecer em locais com grande concentração de pessoas.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de gripe são:
- Acetilcisteína
- Aspirina 500mg
- Advil
- Alivium
- Apracur
- Benegrip
- Bisolvon
- Bromexina
- Buscofem
- Clobutinol + Succinato de Doxilamina
- Carbocisteína
- Cimegripe 77C
- Cimegripe Dia
- Coristina D
- Flanax 550mg
- Fluitoss
- Fluviral
- Ibupril (cápsula)
- Ibupril (gotas)
- Ibupril 400mg
- Ibuprofeno
- Leucogen
- Multigrip
- Naldecon Dia
- Naldecon Noite
- Paracetamol Bebê
- Paracetamol
- Tamiflu
- Trimedal
- Tylenol sinus
- Zanamivir.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
O tratamento da gripe H1N1 pode alcançar a cura. Quando o paciente procura um pronto-socorro ao sinal dos primeiros sintomas e segue o tratamento indicado pelo médico, ele tem uma completa resolução do quadro.
Contudo, em alguns casos, a gripe H1N1 pode levar a óbito - tudo depende da gravidade do quadro.
Prevenção
Além do cuidado com a transmissão pelas gotículas, a vacinação contra a H1N1 também é outra estratégia válida para controlar o vírus.
Vacina da gripe H1N1
Uma das melhores maneiras de evitar o contágio da doença é por meio da vacinação. A vacina da gripe H1N1 está disponível na rede pública para gestantes, pessoas com 60 anos ou mais, profissionais de saúde, mulheres que tiveram filhos a menos de 45 dias, crianças de 6 meses a 4 anos de idade, pessoas com doenças crônicas e indígenas.
Transmissão de H1N1
A transmissão do vírus ocorre de uma pessoa para outra, por partículas que saem da boca através de espirro, tosse ou fala. Além disso, é possível pegar a gripe por contato com superfícies contaminadas com gotículas respiratórias (o que pode incluir qualquer objeto).
Desse modo, a prevenção da gripe H1N1 segue as mesmas diretrizes da prevenção de qualquer tipo de gripe, só que o cuidado deve ser redobrado:
As vacinas são do tipo trivalentes, ou seja, que imuniza o paciente contra três tipos de vírus diferentes. A composição é recomendada anualmente pela OMS, com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, a cada ano, a vacina da gripe muda, para proteger contra os tipos mais comuns de vírus naquela época.
- Evite manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada
- Lave sempre as mãos com água e sabão
- Evite levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca
- Leve sempre um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas
- Mantenha hábitos saudáveis
- Alimente-se bem e coma bastante verduras e frutas
- Beba bastante água
- Não compartilhe utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros
- Se achar necessário, utilize uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar
- Evite frequentar locais fechados ou com muitas pessoas
- Verifique com um médico se há necessidade de tomar a vacina contra a gripe H1N1
Convivendo (Prognóstico)
O paciente deve repousar e ficar em casa, isso ajuda na recuperação e evita transmitir o vírus aos amigos e familiares.
Complicações possíveis
As complicações decorrentes da gripe H1N1 são mais comuns nos extremos de idade e gestantes. As principais são:
- Pneumonia
- Infecção bacteriana
- Convulsões
- Miocardite
- Insuficiência renal
- Falência de múltiplos órgãos.
A insuficiência respiratória é um sintoma presente em metade dos casos da gripe H1N1. Em quadros mais graves, ela pode levar o paciente à morte.
Referências
Marcelo Mendonça, médico infectologista do Hospital Santa Paula, CRM 59185
Renato Kfouri, médico infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, CRM 59492
Andréa Kasmim, médica clínica geral e pediatra, CRM-DF 21462
Ministério da Saúde
Mayo Clinic
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Update: novel influenza A (H1N1) virus infections - worldwide, May 6, 2009. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2009; 58:453.
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz)
Manual MSD - Versão para profissionais de saúde