
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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"Acho que deveríamos dar um tempo." Você já ouviu essa frase, já disse a alguém próximo ou até mesmo foi quem a pronunciou. Mas sabe o que ela realmente significa? Dar um tempo é se separar — não de forma definitiva, mas ainda assim é uma separação.
Trata-se de um tipo de limbo em que ninguém sabe exatamente em que ponto o relacionamento está. Por exemplo: seria traição se Ross e Rachel estivessem "dando um tempo"? É um mistério que parece estar no mesmo nível da Santíssima Trindade.
No entanto, especialistas em relacionamentos compreendem a verdadeira mensagem por trás do pedido de "dar um tempo". Para a psicóloga Silvia Congost, especialista em dependência emocional, a mensagem é clara: "Quando alguém pede um tempo, está nos dizendo que está melhor sem nós", afirmou ela nas redes sociais. E acrescentou: "Se eu posso estar com você e escolho ficar sem você, significa que estou melhor sem você."
Dar um tempo pode ser positivo — ou não: tudo depende da intenção
O psicólogo Francisco Hidalgo Díaz tem uma visão diferente. Ele acredita que um período separado "para refletir sobre o relacionamento pode ajudar os parceiros a entender melhor o que sentem e o que desejam". Segundo Hidalgo, "esse espaço permite que cada um reflita e descubra aspectos importantes que podem contribuir tanto para o crescimento pessoal quanto para a melhora do relacionamento quando ele for retomado".
É verdade que isso depende de cada casal — e, principalmente, dos motivos que levam ao pedido desse tempo. Se for para evitar conflitos, para "experimentar" com outra pessoa ou por medo de encarar um término, trata-se claramente de um método que não funcionará. Isso porque o pedido não está sendo feito com honestidade, mas como uma forma de adiar uma decisão que já deveria ter sido tomada.
Pessoalmente, acredito que o relacionamento precisa estar muito bem estruturado para que esse período funcione. E, como aponta a psicóloga Valeria Sabater: "Se o amor ainda existir e ambos os parceiros estiverem comprometidos com a mudança e dispostos a trabalhar pela melhoria do relacionamento, algumas semanas de afastamento podem ser úteis". Ela afirma que a chave para separações temporárias bem-sucedidas "está na forma como o casal utiliza esse tempo e na qualidade da comunicação entre eles".
Para Congost, apertar o botão de pausa é romper o vínculo, é não escolher o relacionamento. Embora sua afirmação possa parecer generalizada, faço uma reflexão pessoal: será que é preciso se afastar para pensar? Ou é possível refletir sobre si mesmo e sobre a relação sem romper o vínculo? Fica o questionamento.