Dr. Tiago Silveira é Dermatologista há mais de 15 anos, titular pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Es...
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O que é Alopecia areata?
A alopecia areata é uma condição caracterizada pela perda de cabelos ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de outras partes do corpo, comumente chamada de peladeira. Em alguns casos, pode haver perda total de todos os pelos do corpo, inclusive cílios.
Esse problema é comum em cerca de 1% a 2% da população e, embora seja comum em crianças e jovens adultos, pode atingir pessoas de todas as idades e gêneros.
Causas
Causas da alopecia areata
A causa da alopecia areata não é totalmente conhecida, mas sabe-se que é uma condição autoimune, em que o sistema imunológico ataca e destrói tecido corporal sadio por engano. Nesse caso, o alvo do ataque são estruturas que formarão o pelo.
Além disso, a alopecia areata também pode ser causada por fatores genéticos, devido à presença de algum membro da família com o problema. Em alguns casos, ela também pode estar associada a outras doenças, como diabetes, vitiligo, lúpus e alergias.
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Sintomas
Sintomas da alopecia areata
Apesar de ser caracterizada pela perda de cabelo, este é apenas um sintoma da alopecia areata. Algumas pessoas também podem sentir uma sensação de queimação ou coceira na região em que houve a queda.
A alopecia areata é mais frequentemente observada no couro cabeludo, mas também pode ocorrer na barba, sobrancelhas, braços e pernas. Os pontos onde houve a queda de cabelo são lisos e arredondados. Pode haver uma coloração rósea também na região.
Pode haver também alterações nas unhas: pequenas alterações no relevo da superfície da unha, com aspecto de “furinhos”, chamados depitting. Há também a possibilidade de associação com outras doenças autoimunes — como lúpus, vitiligo e tireoidite.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito pela simples aparência das áreas em que houve queda de cabelo associado a um exame rápido e indolor chamado tricoscopia — que permite ampliar a imagem do cabelo de 10 a 200 vezes, dependendo do aparelho utilizado, e visualizar as estruturas do fio e do couro cabeludo.
Ele é realizado por dermatologistas, o que facilita muito o diagnóstico. Em certos casos há necessidade de fazer biópsia da pele afetada para descartar outras possíveis causas.
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Fatores de risco
Cerca de uma em cada cinco pessoas com alopecia areata apresenta histórico familiar da doença. Ela costuma acontecer com qualquer pessoa, independentemente do gênero e da idade, e parece estar diretamente relacionada a algum evento importante, como trauma, doença ou gravidez.
Alta carga de estresse no dia a dia também pode favorecer a ocorrência desse tipo de alopecia. É uma das doenças de pele mais relacionadas com aspectos psicológicos do paciente.
Saiba mais: Estresse e a queda de cabelo: qual a relação?
Na consulta médica
O especialista que diagnostica a alopecia areata é o dermatologista, mas outros especialista podem tratar os pacientes com alopecia areata em conjunto: endocrinologista, nos casos de doenças da tireoide associadas; e psicólogo e psiquiatra nos quadros com alteração emocional.
Tratamento
Tratamentos para alopecia areata
Se a perda de cabelo não for total, o cabelo pode crescer novamente dentro de alguns meses, sem tratamento. No entanto, o tratamento para alopecia areata é recomendado em quase sempre todos os casos, pois geralmente a região em que ocorre queda não costuma mais nascer cabelo.
No entanto, mesmo no caso de perda de cabelos mais intensa, não está claro o quanto o tratamento pode ajudar a mudar o curso da situação. Os tratamentos comuns e que estão disponíveis incluem:
- Injeção de esteroides sob a superfície da pele
- Medicamentos aplicados à pele
- Terapia com luz ultravioleta
- Medicação administradas por via oral
Pomada para alopecia areata
O tratamento de alopecia areata também pode envolver o uso de produtos tópicos — em específico o Minoxidil, uma pomada que contém substâncias capazes de estimular o crescimento capilar a partir da estimulação sanguínea onde é aplicado. Além de tratar, ela também ajuda a prevenir a queda de cabelo androgênica.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de alopecia areata são:
- Betatrinta
-
Minoxidil (pomada)
- Decadron
- Diprospan
- Duoflam
- Finasterida
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
É comum a recuperação total dos cabelos, embora isso possa levar algum tempo, dependendo do paciente. No entanto, algumas pessoas também podem ter um resultado ruim, principalmente quando a pessoa afetada for jovem ou apresentar dermatite atópica e perda total de cabelos do couro cabeludo ou de pelos do corpo.
Além disso, se o tratamento não surtir efeito ao longo de muito tempo, pode ser ainda mais difícil para a recuperação.
Referências
Clínica Mayo
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Academia Americana de Dermatologia
Fundação Nacional de Alopecia Areata (EUA)