
Milena Cerezoli é pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo.

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O que é Pleurisia?
A pleurisia, também conhecida como pleurite, é uma condição caracterizada pela inflamação das pleuras, tecidos que revestem os pulmões e a parede do peito. É natural que as pleuras se rocem quando respiramos e os pulmões se expandem. No geral, elas não têm atrito entre si, mas quando a pleurisia ocorre, o atrito entre os tecidos causa dor, o que piora durante a respiração.
“Existem duas pleuras, que deslizam uma sobre a outra através da formação de uma fina camada de líquido entre elas (líquido pleural) e têm a função de manter os pulmões expandidos e com os movimentos respiratórios adequados”, explica Milena Cerezoli, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo em São Paulo.
Causas
As principais causas da pleurisia estão relacionadas às infecções virais, como a gripe. Porém, o problema também pode ser causado por:
- Infecções virais, como a gripe
- Infecções bacterianas, como a pneumonia
- Infecções causadas por fungos
- Doenças reumáticas, como a artrite reumatoide
- Algumas medicações
- Danos à pleura, como fraturas de costelas ou trauma no peito
- Complicações de cirurgias cardíacas
- Câncer de pulmão próximo à superfície da pleura
- Lúpus
- Pancreatite
- Embolia pulmonar
Sintomas
O principal sintoma da pleurisia é a dor no peito, que em geral estará sempre presente, mas piora quando a pessoa respira ou tosse. Além disso, alguém com pleurisia também pode apresentar:
- Dor nos ombros ou costas
- Respiração encurtada, para evitar a dor
- Dor de cabeça
- Dor nas articulações
- Tosse
- Febre.
Diagnóstico
A suspeita diagnóstica é feita pelos sinais clínicos, porém, alguns exames irão corroborar com o diagnóstico e, principalmente, com a causa da pleurisia. Segundo Milena Cerezoli, são eles:
- Exames de imagem, como radiografia, tomografia e ultrassonografia de tórax, irão demonstrar o acometimento pleural através da visualização de espessamento ou do aumento do líquido da pleura, denominado derrame pleural.
- Exames de sangue colaboram com o diagnóstico de infecção ou mesmo com a definição de doenças reumatológicas.
- Exames de análise de material respiratório, escarro ou swab de nasofaringe podem confirmar o diagnóstico de tuberculose ou de infecções virais, respectivamente.
- Quando há derrame pleural, sem uma causa confirmada, a retirada de uma pequena quantidade de líquido para análise pode confirmar a etiologia da doença.
Especialistas que podem diagnosticar uma plaurisia são:
- Clínico geral
- Pneumologista
Fatores de risco
Não existe um fator de risco específico para pleurisia, segundo Milena. Como as causas contemplam especialmente doenças infecciosas, a especialista explica que pessoas com redução da imunidade (seja por doença preexistente ou pelo uso de medicamentos que reduzem a imunidade), estão mais sujeitas a infecções e, portanto, a desenvolverem alterações pleurais.
Pessoas idosas e que fumam apresentam maior risco de desenvolverem câncer de pulmão, que é uma causa relacionada à pleurisia.
Por fim, pessoas com doenças reumatológicas, principalmente artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, também têm maior risco de apresentarem o problema.
Buscando ajuda médica
Qualquer dor intensa no peito ao respirar justifica a ida emergencial a um médico, para investigar se há pleurisia ou outro problema de saúde.
Tratamento
Uma vez que a pleurisia for detectada, assim como sua causa, o tratamento mais adequado será indicado. Apesar do tratamento da pleurisia depender de sua causa, algumas possibilidades são:
- Antibióticos, quando a infecção é bacteriana
- Medicamentos para dor e tosse
- Medicamentos anti-inflamatórios, para melhorar a inflamação local.
Além disso, pessoas que desenvolverem o derrame pleural, em que líquido é produzido para evitar o atrito na pleura, pode ser necessária internação para drenagem deste fluído.
Tem cura?
Quando a causa é definida e tratada de forma adequada, há redução do processo inflamatório da pleura. Apenas quadros irreversíveis, como o câncer de pulmão, podem não ter a cura da pleurisia.
“O mais importante é esclarecer que o diagnóstico é feito pelo médico, bem como a sua investigação adequada e o tratamento”, diz Milena.
Prevenção
Como a pleurisia é um problema com diversas causas possíveis, nem sempre é possível preveni-la. No entanto, tratar infecções pulmonares cedo é uma boa forma de evitar esse problema.
A pleurisia pode ser prevenida principalmente reduzindo os riscos de infecções, de acordo com Milena, através de métodos como:
- Vacinação (contra a gripe, pneumonia, tuberculose);
- Evitando contato com pessoas com quadros virais (uso de máscara e distanciamento social);
- Consultas de rotina, principalmente se apresentarem fatores de risco, como tabagistas, idosos e portadores de doenças reumatológicas.
Convivendo (Prognóstico)
É muito importante ter repouso durante o tratamento da pleurisia. Como o desconforto e dor ocorrem principalmente ao respirar, é importante que pessoas com pleurisia façam o mínimo de esforço possível.
Complicações possíveis
A pleura, se não tratada a causa de sua inflamação adequadamente, pode ficar espessada e enrijecida de forma permanente, conhecida como encarceramento pleural, levando à dificuldade respiratória crônica, conforme explica a pneumologista Milena. “Causas infecciosas não tratadas também podem levar a quadros de sepse, com maior gravidade”, acrescenta a especialista.
Em algumas situações, o líquido pode se acumular na pleura de quem está com pleurisia, o que minimiza a dor, mas pode impedir a expansão dos pulmões, prejudicando a respiração. É o chamado derrame pleural, que também causa sintomas como:
- Febre;
- Dor no peito;
- Tosse seca.
Referências
Mayo Clinic
Milena Cerezoli, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo SP - CRM: 146395-SP