Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iO sedentarismo tem se tornado um dos maiores problemas de saúde nos países ocidentais, em parte por causa dos empregos em que passamos o dia todo sentados e também pelos novos hábitos de lazer, que nos mantêm grudados na televisão ou no celular.
De acordo com a Pesquisa de Condições de Vida do Instituto Nacional de Estatística, 11 milhões de pessoas somente na Espanha são afetadas por um estilo de vida sedentário. Já no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos adultos são sedentários e entre os jovens o número é maior e ainda mais alarmante: 84%.
E o problema é ainda mais grave entre pessoas com mais de 65 anos. O Sitless, estudo científico que avalia o sedentarismo e a atividade física na população idosa, indica que o grupo mais afetado por esse problema típico do mundo moderno são os adultos com mais de 65 anos. O estudo mostra que, embora muitas dessas pessoas tenham sido ativas durante a vida profissional, a maioria passa 75% do dia sentada após a aposentadoria.
Caminhar é uma das formas mais saudáveis de se manter ativo depois dos 60, embora cada vez mais especialistas apontem que, apesar de saudável, essa prática sozinha pode não ser suficiente. Ainda assim, é uma das opções mais acessíveis para quem deseja cuidar da saúde. Principalmente a partir dos 50, e ainda mais aos 60 anos, caminhar no seu próprio ritmo é uma ferramenta poderosa para manter a forma física e a saúde mental.
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Como funciona a regra 6-6-6
Para quem já tem o hábito de caminhar todos os dias como forma de combater o sedentarismo, uma nova modalidade tem ganhado popularidade: a regra 6-6-6. Ela é interessante porque não exige um grande preparo físico para ser colocada em prática, mas, por outro lado, exige bastante força de vontade por causa do horário em que deve ser feita.
A técnica consiste em caminhar por uma hora, duas vezes ao dia. É especialmente indicada para pessoas com mais de 60 anos, pois não exige muito do corpo. Até aqui, parece simples — mas o desafio está no horário: a primeira caminhada deve ser feita às 6h da manhã, por 60 minutos.
A segunda caminhada deve acontecer às 18h, também com duração de uma hora. Antes de cada uma delas, é importante fazer um aquecimento e alongamento por cerca de 6 minutos, tanto de manhã quanto à tarde. Ao terminar, também é indicado fazer um alongamento para evitar dores ou lesões musculares.
Você pode estar se perguntando por que a regra recomenda uma caminhada logo às 6h da manhã, em vez de um horário mais confortável. A explicação é que, nesse período do dia, o metabolismo está mais ativo para queimar calorias e gordura. Essa conclusão veio de um estudo com mais de 5 mil pessoas, publicado na revista Obesity.
César Bustos, profissional de Educação Física, também apoia essa ideia. Em entrevista ao CuídatePlus, ele explicou que “o horário em que a atividade física é realizada influencia a resposta fisiológica do corpo. Começar o dia ativando o metabolismo em diferentes processos corporais faz com que o corpo passe o restante do dia utilizando essa energia”.
Além disso, caminhadas em ritmo acelerado ajudam a aumentar a frequência cardíaca, fornecem mais energia para enfrentar o dia e contribuem para reduzir o colesterol ruim e melhorar a pressão arterial. Caminhar duas vezes por dia também pode melhorar o humor, ajudando você a começar o dia com uma atitude mais positiva.
Pode parecer difícil adotar essa rotina no começo — especialmente por causa da caminhada às 6h da manhã —, mas a verdade é que a regra 6-6-6 é uma forma simples de sair do sedentarismo e cuidar da saúde. Para melhores resultados, o ideal é combiná-la com uma alimentação equilibrada e rica em alimentos que contribuem para uma vida mais longa e saudável.
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