Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iA maioria da Geração Z afirma que se sentiu solitária pelo menos uma ou duas vezes por mês durante a infância. Esse é um dado muito triste — e que tende a piorar na adolescência. Um estudo de 2023 relata que 38,7% dos adolescentes se sentem moderadamente a extremamente solitários.
“A ideia de solidão nem sempre está relacionada à ausência. É absolutamente possível estar verdadeiramente sozinho e não se sentir assim, assim como é possível se sentir solitário mesmo quando cercado por muitas pessoas”, disse María Elías ao El País. E isso pode acontecer em qualquer idade.
Algumas pessoas não sabem como socializar ou se integrar, são tímidas ou simplesmente diferentes — e acabam sendo rejeitadas por esses motivos. Essa solidão indesejada, na infância, é um fator de risco para transtornos psicológicos e problemas de saúde, além de afetar o desenvolvimento infantil. Ela pode gerar consequências e levar a determinados comportamentos na vida adulta.
Você têm ansiedade social
Diversos estudos longitudinais mostram que existe uma correlação significativa entre a solidão na infância e um risco aumentado de desenvolver depressão e ansiedade na vida adulta — especialmente ansiedade social. Passar muito tempo sozinho durante a infância, sem interações sociais regulares, pode gerar insegurança, ansiedade e até crises de pânico.
Dificuldade em manter relacionamentos
O Dr. Ray W. Christner, psicólogo educacional, explica à Parade que a solidão infantil “pode levar à desconfiança nos relacionamentos adultos, por medo de ser magoado ou abandonado”. A falta de oportunidades para desenvolver habilidades sociais em um ambiente seguro e acolhedor durante a infância pode dificultar essas relações na vida adulta.
Baixa autoestima
Um artigo clássico de 1985 já destacava a importância do sentimento de pertencimento social para o bem-estar psicológico. De acordo com os especialistas em psicologia da Open Minds, quando nos sentimos parte de um grupo, “experimentamos uma sensação de segurança, apoio e aceitação que fortalece nossa autoestima e autoconfiança”.
A conexão com outras pessoas “nos dá um senso de identidade e nos ajuda a definir quem somos em relação aos outros”. Quando esse senso de pertencimento não é desenvolvido — por sentirmo-nos sozinhos, excluídos ou isolados durante a infância — nossa autoestima é prejudicada.
Além disso, a solidão pode afetar a forma como nos percebemos, frequentemente levando a uma visão mais crítica de nós mesmos, o que compromete ainda mais a autoestima.
Busca relacionamentos doentios
A necessidade intensa de conexão pode levar quem viveu a solidão na infância a se envolver em relacionamentos desequilibrados ou prejudiciais, que geram dependência emocional. Essas pessoas podem ter desenvolvido estilos de apego inseguros ou evitativos, segundo Christner, “apegando-se excessivamente aos relacionamentos ou evitando a proximidade por completo”.
É muito pessimista
Laia Pineda, socióloga e diretora do Instituto da Infância e Adolescência de Barcelona, afirma que a solidão infantil faz com que essas crianças cresçam com “uma visão mais pessimista do mundo e uma maior percepção de insegurança no ambiente em que vivem”. Crianças que se sentem solitárias, intimidadas ou rejeitadas tendem a desconfiar dos outros. Além disso, Christner observa que “elas podem ter dificuldade em identificar as próprias emoções e comunicar seus sentimentos aos outros”, pois sua inteligência emocional não foi adequadamente desenvolvida.
Se você se identificou com esses comportamentos e sente que eles afetam sua felicidade ou atrapalham sua capacidade de levar uma vida plena, saiba que é possível buscar ajuda. Um profissional de saúde mental pode te auxiliar a lidar com a ansiedade social, fortalecer sua autoestima e desenvolver padrões de relacionamento mais saudáveis.
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