Com uma carreira que combina excelência técnica, paixão pela ciência e um compromisso inegociável com o cuidado humaniza...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Na manhã desta terça-feira (24), equipes de resgate localizaram o corpo de Juliana Marins, brasileira de 26 anos, que estava desaparecida após cair em um penhasco na trilha do monte Rinjani.
Durante uma trilha guiada ao topo do cume, na madrugada da última sexta-feira (20), a publicitária caiu e escorregou cerca de 600 metros da rota. Desde então, Juliana aguardava por resgate no local, conhecido por ter condições climáticas adversas, com muita neblina e queda de temperatura ao anoitecer.
O que pode ter causado a morte?
O corpo da jovem ainda não foi retirado do local e não foram divulgadas maiores informações sobre a causa da morte. No entanto, fatores como a localização, a longa exposição a condições climáticas extremas e a falta de recursos básicos de sobrevivência, como água e alimentos, influenciaram significativamente o desfecho.
De acordo com o neurocirurgião Denildo Veríssimo, algumas das possibilidades que podem ser levantadas são:
Hipóxia em altitude
O monte Rinjani está a mais de 3.700 metros acima do nível do mar, onde a pressão atmosférica é mais baixa — ou seja, há menos oxigênio no ar. Após algumas horas nesse ambiente, podem surgir sintomas como sonolência, confusão mental, fala lenta e dificuldade para se movimentar. Se a exposição for prolongada, o quadro pode se agravar e causar danos permanentes.
Embolia
Longos períodos de imobilização podem desencadear quadros de trombose venosa profunda, especialmente quando associados ao frio, desidratação e traumas físicos. “Um coágulo pode se formar nas pernas e migrar para os pulmões (causando embolia pulmonar) ou a hipóxia e hipotensão levarem a um AVC”, afirma Veríssimo.
Outras possíveis causas incluem:
- Hipotermia
- Desidratação grave
- Choque hipovolêmico
A importância do resgate imediato
Um resgate rápido e o atendimento médico adequado poderiam ter mudado o desfecho do caso de Juliana. O especialista ressalta a importância da chamada “hora de ouro” — a primeira hora após um trauma grave — como sendo decisivos para salvar vidas e evitar sequelas.
É nesse período que as chances de preservar funções neurológicas são maiores, especialmente em situações envolvendo lesões cerebrais, hemorragias internas ou falta de oxigênio (hipóxia).
“Em contextos extremos como esse, cada minuto sem suporte qualificado aumenta o risco de tromboses, embolias e falências múltiplas, com destaque para os danos neurológicos silenciosos e irreversíveis que podem se instalar nas primeiras horas”, esclarece.
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