Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iA depressão é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e tratá-la não é simples. Especialistas frequentemente recorrem a medicamentos que podem causar efeitos colaterais graves. Sabemos também que hábitos como a prática de exercícios físicos ou o contato com a natureza podem ajudar a aliviar alguns de seus sintomas.
Vinagre e depressão
Um novo estudo observou propriedades antidepressivas no onipresente condimento: o vinagre. A equipe responsável pela pesquisa não apenas descobriu que esse ingrediente comum em saladas pode aliviar sintomas depressivos, como também investigou o possível mecanismo por trás dessa relação.
Esse mecanismo está relacionado à nicotinamida, uma das formas da vitamina B3. O experimento conduzido pela equipe constatou um aumento de 86% nos níveis desse composto após quatro semanas de alto consumo do condimento ácido.
Sabemos que a nicotinamida é um composto utilizado pelo nosso corpo em funções como o desenvolvimento, a sobrevivência e o funcionamento dos neurônios do sistema nervoso central. Já se sabe que essa vitamina desempenha um papel neuroprotetor, ajudando a prevenir danos a essas células em casos como lesões traumáticas e ataques cardíacos. Ela também está associada a algumas doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
Antes de testar nossas papilas gustativas com o próximo molho para salada, vale lembrar que a nicotinamida está presente em uma variedade de alimentos, incluindo carnes, leite, ovos, vegetais e grãos.
Duas colheres de sopa
O estudo envolveu 45 adultos saudáveis e com sobrepeso (embora apenas 28 tenham completado o experimento). Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: experimental e controle.
O grupo experimental tomou duas colheres de sopa de vinagre diluído, duas vezes ao dia, durante duas semanas. Já o grupo controle ingeriu uma cápsula de vinagre em baixa dosagem uma vez ao dia, no mesmo período. As doses de ácido acético nos dois grupos foram de 2,95 gramas e 0,025 gramas, respectivamente.
A equipe coletou amostras de sangue antes e depois do experimento. Também foram reunidas informações sobre a dieta, peso, altura e outras variáveis dos participantes. Eles responderam a questionários sobre seu estado de saúde e avaliaram seus sintomas depressivos. Além disso, relataram seu consumo diário de vinagre com mais detalhes.
Os grupos controle e experimental não apresentavam diferenças significativas no início do estudo, mas isso mudou após quatro semanas. Especificamente, os participantes do grupo experimental apresentaram uma redução de 42% nas pontuações dos testes que avaliavam sintomas depressivos. Uma melhora no humor também foi observada.
Os exames de sangue mostraram um aumento nos níveis de nicotinamida no grupo experimental, além de uma redução nos níveis de isoleucina — um aminoácido essencial cuja presença elevada no organismo tem sido associada a certos problemas de saúde. Os detalhes do estudo foram publicados na revista Nutrients.
Uma amostra limitada
O estudo oferece uma visão interessante sobre o impacto que certos alimentos e nutrientes podem ter no bem-estar psicológico e na saúde mental, mas também apresenta limitações importantes que devem ser consideradas. A primeira é o número reduzido de participantes — apenas 28 concluíram o experimento —, o que dificulta conferir validade estatística aos resultados.
Outro ponto importante é a duração do estudo. Embora a equipe tenha observado efeitos em quatro semanas, seriam necessários estudos mais longos para saber se os benefícios se mantêm ao longo do tempo e se há outros impactos.
Por fim, o estudo foi realizado com indivíduos saudáveis e com sobrepeso. Isso não se aplica necessariamente à população em geral, especialmente a pessoas com sintomas graves ou com diagnóstico de depressão clínica. Mais pesquisas são necessárias para compreender os possíveis efeitos nessas populações.
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