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As chamadas "tours" pelo corpo se popularizaram entre as vlogueiras. Nestes vídeos, exibem cada detalhe de seu corpo, mostrando como são sem edições que as tornem mais próximas aos padrões de beleza. A ex-BBB 16 Maria Cláudia, conhecida como Cacau, entrou na onda e fez um desabafo emocionante sobre sua relação com seu corpo e ainda pede para que as pessoas tentem se amar independente de padrões externos.
No vídeo, ela começa contando que nunca se adequou aos padrões corporais, além de sempre ter tido compulsões alimentares. Com apenas 10 anos, ela teve bulimia. Sua juventude foi marcada por dietas, mas nada fazia com que tivesse o corpo desejado. "A cada um dia de restrição alimentar, eu tinha dois dias de restrição intensa", conta.
Ela entrou no Big Brother Brasil 2016, e quando saiu se deparou com as pessoas julgando-a pelo seu corpo, a ridicularizando por ser gorda. A partir daí, começou um processo dolorido de tentativa de adequação. Fez duas lipoaspirações com um intervalo de seis meses, mas voltou a engordar. E isso se deve a um fato simples: "Por dentro eu estava igual, com as mesma compulsões, os mesmos desejos, os mesmos hábitos", diz.
Amor-próprio
No vídeo, ela também reflete sobre seu processo de criação de amor-próprio, e instiga as pessoas a fazerem a mesma reflexão, independente do julgamento alheio. Segundo ela, a mudança só acontece de dentro para fora. "Com sua mente saudável, qualquer decisão de mudança sobre seu corpo vai ser mais sustentável", diz Cacau. "Não é seu corpo que está errado. É o que o mundo te disse, te convenceu disso", completa.
Padrão de beleza
Em artigo ao Minha Vida, a psicóloga Raquel Baldo explica que a magreza não é padrão de beleza naturalmente. Segundo ela, essa ideia e estrutura emocional, sobre certo e errado, feio e bonito, se forma logo na primeira infância e o meio é um grande responsável por abrir ou fechar portas para lidar com essas questões. Crianças são avaliadas, julgadas e cobradas frequentemente por termos como "ai, que feio" ou "ai, que bonito".
Personagens motivadores de historinhas e desenhos são magros enquanto muitas vezes os gordos são fracos ou do mal. Na adolescência, essa associação ganha grande força e impacto e já nos mostra o quanto a formação das imagens do meio e de si mesmo estão interligadas e o quanto podem ser meios saudáveis ou cruéis.
Saiba mais: Ser magro não é o mesmo que ter felicidade
"Ser uma pessoa gorda em nossa sociedade chega a ser por vezes um grande teste de saúde emocional. Isso porque ser gordo está associado a uma pessoa feia, preguiçosa, desleixada, que não se preocupa com sua saúde, alguém compulsivo, isto é, sinônimo de uma pessoa errada", escreve a psicóloga.