
Formada pela UNEB e pós-graduada em Nutrição Clínica pela Santa Casa da Bahia, é nutricionista que orienta mulheres a em...
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Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Ela ganhou fama nas redes sociais com um nome pra lá de chamativo — e uma promessa difícil de ignorar: regular o intestino, controlar a glicemia, acelerar o metabolismo e ainda ajudar no equilíbrio hormonal. Estamos falando da “farinha da felicidade”, uma mistura de cinco ingredientes naturais que tem feito sucesso principalmente entre mulheres em busca de mais saúde e disposição no dia a dia.
Mas será que ela realmente funciona? Conversamos com uma nutricionista para entender o que há de verdade por trás da receita — e se vale mesmo a pena incluir essa combinação no cardápio.
A “farinha da felicidade” realmente ajuda no organismo da mulher?
Segundo a nutricionista Laiane Afro, embora os ingredientes usados na mistura tenham, sim, propriedades interessantes, não há evidências científicas que comprovem os efeitos específicos dessa combinação no metabolismo feminino. “A ‘farinha da felicidade’ não deve ser usada como uma solução isolada para questões de saúde ou bem-estar.”
Isso não significa, no entanto, que a receita seja inofensiva ou inútil. Pelo contrário: muitos dos ingredientes são fontes de fibras, o que contribui para o bom funcionamento do intestino e pode ajudar na prevenção de doenças. “Essas farinhas são versáteis, fáceis de armazenar e podem ser incluídas em diferentes preparações”, aponta Laiane. Mas ela faz um alerta: “O consumo de água precisa ser adequado, especialmente quando há um aumento na ingestão de fibras.”
Entre os componentes mais comuns da mistura estão a beterraba — rica em betalaínas, com potencial antioxidante, e em nitrato inorgânico, substância que pode beneficiar a saúde cardiovascular — e a maca peruana, que contém fibras e carboidratos complexos. “A maca tem sido associada à redução da fadiga e à melhora da função cognitiva, especialmente na menopausa, mas os estudos ainda são limitados”, explica a nutricionista. Vale lembrar que esse ingrediente não é indicado para gestantes, lactantes ou mulheres com doenças hormonais, a menos que haja orientação médica.
Outros ingredientes populares são a semente de abóbora, com gorduras boas e antioxidantes; a fibra de maçã, rica em pectina; e o psyllium, uma fibra solúvel bastante estudada, conhecida por ajudar na saciedade, no controle do colesterol e na função intestinal.
No fim das contas, a “farinha da felicidade” pode até trazer benefícios quando inserida em uma alimentação equilibrada — mas não faz milagres. “Não quer dizer que os ingredientes estão ‘errados’, mas vale questionar a promessa generalista que vem sendo propagada nas redes sociais”, conclui Laiane.
Como incluir a “farinha da felicidade” na sua rotina?
Se você ficou curiosa para testar a “farinha da felicidade”, saiba que incluí-la no dia a dia pode ser mais simples do que parece. Segundo a nutricionista Laiane Afro, a mistura é bastante versátil e pode ser adicionada a várias receitas do cotidiano. “Podemos incluir em massas de panquecas, pães e bolos, além de misturar em vitaminas, sucos e molhos”, sugere. Outra dica prática é usar como complemento para frutas ou iogurtes — uma forma fácil e nutritiva de começar o dia.
Mas, antes de sair colocando colheradas da mistura em tudo, é bom prestar atenção a alguns cuidados. Como a combinação costuma ser rica em fibras, é fundamental manter uma boa hidratação. “Se a ingestão de água não for suficiente, pode haver constipação”, alerta Laiane. E o exagero também não é bem-vindo: o excesso da farinha pode causar desconfortos como gases, inchaço abdominal e até diarreia.
Outro ponto importante é a presença da maca peruana, um dos ingredientes mais populares da mistura. “Em relação às questões hormonais, é necessário ter cautela com o consumo da maca peruana. Mulheres com histórico de doenças hormonais devem consultar um profissional da área antes de utilizá-la”, orienta a nutricionista.
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