
Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.

O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e pode trazer diversos benefícios ao organismo. No entanto, a cafeína — seu principal composto ativo — pode causar efeitos colaterais e não é bem tolerada por todos. Diante disso, surge a dúvida: o café descafeinado é uma alternativa mais saudável? A ciência tem algumas respostas.
Café com ou sem cafeína?
A principal substância ativa do café é a cafeína, um estimulante do sistema nervoso central que pode causar efeitos indesejados e ser mal tolerada por pessoas mais sensíveis.
Uma xícara de 150 ml de café espresso contém, em média, 37 mg de cafeína — quantidade que pode ser ainda maior em cafés de cápsula, solúveis ou no tradicional café americano.
Por meio de um processo industrial, é possível remover a maior parte da cafeína, resultando no café descafeinado. Nessa versão, a mesma porção de 150 ml apresenta no máximo 5 mg da substância.
Apesar da redução drástica da cafeína, o café descafeinado mantém compostos benéficos como os polifenóis — antioxidantes com ação anti-inflamatória —, preservando assim a maioria das propriedades saudáveis do café tradicional.
Café descafeinado e seus efeitos na saúde
Apesar de não conter cafeína, o café descafeinado mantém o sabor e o aroma característicos do café tradicional. No entanto, ele ainda pode causar irritação no estômago, já que continua contendo ácidos em sua composição.
Além disso, dependendo do processo utilizado na descafeinização, o produto pode conter traços de solventes químicos. Por isso, o ideal é optar por versões de alta qualidade e consumir com moderação.
Ainda assim, o café descafeinado pode ser uma boa alternativa para pessoas sensíveis à cafeína ou que sofrem de ansiedade, já que reduz o risco de efeitos como insônia e irritabilidade.
Por outro lado, algumas pesquisas indicam que o café com cafeína oferece benefícios específicos na prevenção de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, outras formas de demência e Parkinson, enquanto o café descafeinado não apresentaria um efeito significativo na redução do risco dessas patologias.
No entanto, como os compostos fenólicos — com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias — são preservados no café descafeinado, essa opção é considerada uma excelente alternativa metabólica. Além disso, pode ajudar a neutralizar alguns efeitos negativos da cafeína, como o impacto no controle da glicose sanguínea.
Um estudo publicado em 2021 concluiu que o consumo de café descafeinado reduziu os níveis de glicose em jejum e diminuiu o risco de síndrome metabólica entre os participantes.
Em pessoas hipertensas, o café descafeinado pode ser uma alternativa eficaz para reduzir ou não afetar a pressão arterial entre outros marcadores biológicos da hipertensão, conforme indicam algumas pesquisas. Também há evidências de que o consumo moderado — de 2 a 3 xícaras por dia — pode trazer benefícios à saúde cardiovascular, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e coronarianas.
Por tudo isso, o café descafeinado — que preserva os polifenóis, ácidos e outras substâncias benéficas ao organismo, mas reduz o teor de cafeína em até 97% — é uma excelente alternativa de consumo.
É importante lembrar que a moderação é fundamental e que cada caso é único. Portanto, antes de incluir o café descafeinado na rotina, o ideal é consultar um profissional de saúde e sempre evitar o consumo excessivo.