
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Infelizmente, nem todos os seres humanos possuem inteligência emocional — e alguns acabam se tornando pais, o que pode colocar seus filhos em uma situação bastante delicada. Quando nossos pais são imaturos emocionalmente, podemos desenvolver comportamentos como assumir o papel de cuidadores emocionais deles e vivenciar carências afetivas que geram problemas na vida adulta.
O fato de seu pai ser emocionalmente imaturo não significa que ele não o ame ou não se importe com você. Alguém pode nos amar apesar da imaturidade emocional, mas essa falta de maturidade pode impedi-lo de ensinar aos filhos habilidades importantes para a convivência social.
Na infância, você pode ter aprendido isso por conta própria, por meio de terapia, das experiências fora do ambiente familiar ou até mesmo observando as falhas dos seus pais. Mas, se você reconhece os três comportamentos a seguir neles, é possível que tenham sido — ou ainda sejam — emocionalmente imaturos.
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1. Eles não conseguem verbalizar suas emoções
A ausência de um vocabulário emocional — ou seja, a dificuldade em identificar e expressar com clareza uma variedade de sentimentos — está relacionada à imaturidade emocional. Esses pais podem até ter expressado suas emoções de forma física, por exemplo, ao demonstrar raiva ou frustração, mas não tinham as palavras para nomear o que sentiam.
Talvez você nunca os tenha ouvido dizer frases como “Estou com raiva”. Identificar nossas emoções e aprender a lidar com elas nos ajuda a tomar melhores decisões, a desenvolver autocontrole e a construir relações mais saudáveis.
2. Eles se sentem desconfortáveis quando você expressa emoções
Um estudo de 2021 mostra como a capacidade dos pais de estarem emocionalmente presentes e abertos às emoções dos filhos influencia diretamente a segurança emocional e o estilo de apego dessas crianças. No entanto, pais imaturos geralmente se sentem desconfortáveis tanto ao expressar suas emoções quanto ao presenciar as emoções dos outros — especialmente as dos filhos — porque não sabem lidar nem com os próprios sentimentos.
Eles podem ter dificuldade constante em acolher emoções consideradas “negativas”, como tristeza ou frustração, tratando-as como algo a ser evitado ou suprimido. Com isso, acabam ensinando aos filhos que esses sentimentos são inválidos, quando, na verdade, fazem parte da experiência humana. Essa dificuldade ocorre porque eles próprios não têm ferramentas para lidar com emoções, o que os impede de ajudar os filhos a regularem as próprias.
3. Eles culpam você pelas próprias emoções
Pais autoritários tendem a dar pouca importância ao universo emocional. Esse estilo de criação valoriza principalmente o cumprimento de regras e o “bom comportamento” das crianças, de acordo com especialistas. Quando isso não acontece, eles podem interpretar como um ataque pessoal. Um estudo publicado na revista Psychology Research and Behavior Management indicou que, nesse estilo parental, os pais tendem a levar as coisas para o lado pessoal — o que compromete o desenvolvimento emocional dos filhos. Quando um pai age assim, demonstra falta de autoconhecimento e incapacidade de separar seus sentimentos das ações alheias.
Ter esses comportamentos não é um diagnóstico definitivo, mas funciona como um sinal de alerta. Eles mostram que, no mínimo, há um trabalho emocional a ser feito para evitar que os mesmos padrões se repitam. A boa notícia é que a inteligência emocional pode ser desenvolvida — e alcançar a maturidade emocional está ao alcance de qualquer pessoa. Basta comprometimento e disposição para aprender e evoluir.
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