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Cortar o açúcar refinado e os adoçantes da alimentação pode ser bem difícil (como eu relatei aqui a minha experiência, confira), mas também existe um lado bom de tudo isso: faz um bem danado para o corpo. Para entender as mudanças que o corpo passa ao longo de 30 dias sem o consumo de açúcar e adoçantes, pedimos para a nutricionista Cintya Bassi, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, explicar tudo isso em detalhes.
Fase 1: Você vai se sentir irritado, muito irritado
Durante a primeira semana é possível que você se sinta menos inchado, mas é comum o surgimento de sintomas relacionados a abstinência como falta de concentração e irritabilidade. Isso acontece porque o açúcar consegue ativar os mesmos receptores que as substâncias altamente viciantes, por isso, durante o processo de exclusão é comum sentir variações de humor.
Fase 2: O corpo começa a acostumar
A partir da segunda semana, as coisas começam a se acalmar, já que os níveis de energia passam a ficar mais regulares e menos dependentes do açúcar. É possível que haja perda de peso e melhora na qualidade do sono. Eba!
Após três semanas, as oscilações de humor relacionadas ao açúcar diminuem e pode haver redução nas taxas de gordura. Porém, a vontade pelo doce ainda pode surgir, tornando-se menor somente após dois meses. Então, nada de bobear com os doces. Os benefícios vão ganhando força com o passar do tempo, mas a dependência do açúcar ainda existe, embora com menos intensidade.
Fase 3: Colher os resultados
Após um mês, o corpo ainda está em processo de detox do açúcar, já que alguns benefícios, tanto na saúde quanto estéticos, ocorrem além desse período. As principais diferenças em 30 dias são: redução do inchaço, melhora na qualidade do sono e perda de peso.
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Outros benefícios como melhora da pele e redução na celulite, melhora da disposição, redução do colesterol e triglicérides e redução na incidência de doenças crônicas são observados a médio e longo prazo sem o consumo de açúcar.
Dificuldades em cortar o açúcar
A exclusão do açúcar na dieta é um processo muito difícil. Cintya destaca, entre as dificuldades, a ligação emocional que temos com os doces. "É comum que crianças recebam doces como recompensas ou em momentos festivos, associando desde então a algo bom", explica ela.
Entretanto, também há uma explicação científica para isso: "Fisiologicamente, o açúcar aumenta a liberação de serotonina, substância relacionada ao prazer e bem-estar. Quando cortamos a substância, podem surgir sintomas como: falta de motivação, problemas pra dormir, aumento ou diminuição do apetite, dor de cabeça, fadiga e irritação ou ansiedade", afirma Bassi.
9 razões para você diminuir o açúcar
Um dos grandes problemas na alimentação atual é o consumo excessivo de açúcar. "Uma pesquisa mostrou que em 1930 o consumo era de aproximadamente 15 kg de açúcar por ano por habitante, mas atualmente esse consumo aumentou para 50 kg por habitante ao ano, de acordo com a Embrapa", destaca a nutricionista. E o consumo excessivo do açúcar pode gerar inúmeros problemas de saúde, como:
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- Enfraquecimento do sistema imunológico
- Aumento na incidência de doenças como obesidade e diabetes
- Aumento da fermentação gástrica
- Hipercolesterolemia
- Cáries
- Prisão de ventre
- Diminuição da memória
- Acne
- Dores de cabeça
E adoçante, pode?
Ao começar uma alimentação saudável, muita gente logo substitui o açúcar pelo adoçante, mas essa não é uma boa estratégia se a intenção for diminuir a compulsão pelo doce. "O adoçante, apesar de existir uma recomendação segura para seu uso, pode aumentar a compulsão pelo sabor doce. Por isso, é sempre melhor educar o paladar para sentir o sabor real do alimento primeiro e só depois, se sentir a necessidade, utilizar o adoçante", conclui Cintya.