Rejane Sbrissa é psicoterapeuta, especializada em terapia para tratamento de obesidade. Baseada em sua própria experiênc...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVocê já se pegou pensando que prefere passar uma tarde com seu cachorro a ir a um encontro social? Ou que a companhia do seu gato é mais reconfortante do que qualquer conversa com a sua família? Se a resposta for sim, saiba que você não está sozinho — e essa preferência pelos animais, em vez das pessoas, é mais comum do que parece.
Mas será que isso é um problema? Existe algo de errado em se sentir mais conectado aos bichos do que aos humanos? Para responder a essa pergunta, conversamos com uma psicóloga que explica o que está por trás desse sentimento e o que ele pode revelar sobre nós mesmos.
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O que significa preferir a companhia de animais à de outras pessoas, do ponto de vista psicológico
Dizer que prefere animais a pessoas pode soar apenas como uma frase de efeito — daquelas que viram meme. Mas, do ponto de vista psicológico, essa preferência pode revelar aspectos mais profundos sobre a nossa forma de nos relacionarmos com o mundo. De acordo com a psicóloga Rejane Sbrissa, há várias explicações possíveis para esse comportamento, e nem todas indicam um problema.
“É comum que algumas pessoas busquem nos animais uma conexão emocional mais simples, previsível e livre de julgamentos”, explica Rejane. Em um mundo onde os vínculos humanos podem ser complexos e, muitas vezes, frustrantes, a companhia dos pets surge como um porto seguro — afetuoso, constante e acolhedor. “Pode ser apenas uma questão de personalidade ou uma preferência por relacionamentos mais diretos e tranquilos”, complementa.
Por outro lado, quando esse apego se torna excessivo, é importante acender um sinal de alerta. “Preferir exclusivamente a companhia de animais pode estar relacionado a dificuldades de interação social, experiências negativas com pessoas ou até traumas do passado”, afirma a psicóloga. Nesses casos, o isolamento pode acabar afetando outras áreas da vida, como os vínculos familiares, profissionais e sociais.
O apego aos pets, por si só, não é um problema — aliás, é saudável e pode ser uma fonte de bem-estar emocional. Mas, como em tudo, o equilíbrio é essencial. “Quando esse vínculo substitui completamente as interações humanas, pode favorecer quadros de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental”, alerta Rejane.
Sinais de que esse apego pode indicar um problema de saúde mental
Amar seu pet, querer levá-lo para todos os lugares e até conversar com ele como se fosse gente: tudo isso é mais do que comum — e totalmente saudável. Mas, segundo a psicóloga Rejane Sbrissa, é importante ficar atento a alguns sinais que podem indicar que esse vínculo ultrapassou o limite do equilíbrio.
“O apego aos animais só se torna preocupante quando começa a afastar a pessoa do convívio social”, explica Rejane. Ou seja, quando a companhia dos pets deixa de ser uma escolha afetiva e passa a funcionar como um refúgio absoluto — a ponto de substituir qualquer outro tipo de relação.
Se você percebe que está evitando interações humanas, que parou de sair de casa ou que já não sente mais vontade de conversar com amigos ou familiares, vale a pena parar e refletir. “Esse tipo de preferência, quando há um apego excessivo e a pessoa se isola do mundo, pode ser um sinal de alerta para questões mais profundas de saúde mental”, afirma a psicóloga.
Nesses casos, buscar ajuda profissional é fundamental. “Com o acompanhamento de um psicólogo, a pessoa poderá ressignificar suas relações e encontrar um equilíbrio mais saudável entre o afeto pelos animais e a convivência com outras pessoas”, orienta Rejane.