Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O dilema das proteínas nunca é demais ser discutido. Fundamentais para o nosso organismo em diversas funções — entre elas, a formação e o desenvolvimento dos músculos —, a importância das proteínas vai muito além disso e, como é de se esperar, elas devem ser obtidas por meio da alimentação.
Existem diferentes maneiras de adquirir esses macronutrientes, que estão presentes em carnes, peixes, frutos do mar, ovos, laticínios e também — embora muitas vezes passem despercebidos — em leguminosas, cereais e oleaginosas.
No entanto, há uma diferença importante entre as proteínas de origem animal e as de origem vegetal: a composição de aminoácidos. As proteínas de origem animal — como as presentes em carnes, ovos e laticínios — são frequentemente consideradas de alto valor biológico. Já as proteínas vegetais são geralmente classificadas como de baixo valor biológico.
Essa diferenciação significa apenas que as proteínas de origem animal contêm todos os aminoácidos essenciais — o que nem sempre acontece com as proteínas vegetais. No entanto, isso não deve ser motivo de preocupação, já que é possível obter todos os aminoácidos necessários combinando diferentes alimentos na dieta.
Outro ponto é que as proteínas animais também se destacam por sua maior digestibilidade, o que significa que o corpo consegue absorver melhor seus nutrientes, especialmente quando comparadas às proteínas de origem vegetal.
Dito isso, é fácil perceber que, entre as proteínas de origem animal mais consumidas — considerando os animais terrestres —, estão as que vêm do porco, da carne bovina (ou boi) e do frango. Outras carnes como peru, coelho, cordeiro e caça também oferecem boas quantidades de proteína, mas costumam ter um papel menor na nossa alimentação. Por isso, faz sentido focar nas três primeiras.
Qual carne tem mais proteína: frango, porco ou boi?
As proteínas são o principal macronutriente presente nas carnes de frango, porco e boi. Também há quantidades de gordura, que variam de acordo com o animal, sua idade e o corte escolhido.
Como é de se esperar, quanto maior for o animal, maior tende a ser a concentração de gordura. Além disso, certos cortes são naturalmente mais gordurosos do que outros, por isso é importante saber exatamente o que comprar e com qual objetivo.
No entanto, quando falamos de proteínas, os números são mais objetivos — especialmente se considerarmos os chamados cortes magros. No caso do porco, os cortes mais magros são o lombo e o pernil fresco.
Já no frango, a parte mais magra é o peito, desde que a pele seja removida. Por isso, cortes como coxa e sobrecoxa — apesar de mais suculentos — também tendem a ser um pouco mais calóricos.
Com a carne bovina, acontece algo parecido. Ao evitar os cortes mais gordurosos, é fácil obter uma carne magra e rica em proteínas, o que reforça a importância de escolher bifes com menor teor de gordura.
No entanto, considerando os cortes mais magros de cada animal, os números não mentem — e o Catálogo Bedca (Banco de Dados Espanhol de Composição de Alimentos) confirma qual é a carne com maior teor de proteína. Neste caso, a campeã é o peito de frango, com 23,1 gramas de proteína a cada 100 gramas de produto cru.
Logo depois vem o filé mignon suíno cru, com 21,1 gramas de proteína a cada 100 gramas de produto, embora essa mesma porção contenha 6,1 gramas de gordura.
Um pouco menor em teor de proteína, mas também com menos gordura, está o filé mignon bovino, com 20 gramas de proteína por 100 gramas e cerca de 3,1 gramas de gordura — o que reforça o motivo pelo qual o peito de frango continua sendo a carne com maior concentração de proteína.
Claro que é preciso considerar também o modo de preparo e que o valor nutricional pode variar de acordo com a idade e o tamanho do animal. Mas, de forma geral, essa é a trilogia de carnes mais comuns com maior teor de proteína.
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