Água não é o líquido que mais hidrata? Veja o que diz estudo!

Um estudo realizado por cientistas da Universidade St. Andrews, na Escócia, investigou os efeitos de diferentes bebidas quando consumidas por pessoas com estado de hidratação normal. O objetivo era analisar quais poderiam hidratar o corpo de forma mais eficiente.

Para isso, 72 homens saudáveis e ativos foram recrutados e divididos em grupos. Cada participante consumiu água sem gás juntamente com uma das seguintes bebidas escolhidas aleatoriamente: 

• Refrigerante de cola
• Refrigerante de cola diet
• Isotônico
• Solução de reidratação oral 
• Suco de laranja
• Cerveja
• Café preto quente
• Chá preto quente
• Chá preto gelado
• Leite integral 
• Leite desnatado 
• Água com gás

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Ao monitorar a produção de urina dos participantes após cada bebida, os pesquisadores puderam determinar o Índice de Hidratação da Bebida (BHI) de cada uma delas.

Os resultados revelaram que bebidas contendo uma pequena quantidade de açúcar, gordura ou proteína são mais eficazes do que a água para manter a hidratação. Dessa forma, o leite desnatado, em particular, mostrou-se o mais eficaz, pois sua composição de gordura, proteína, açúcar (lactose) e sódio ajuda a reter a água no corpo, resultando em menos produção de urina.

Sucos de frutas e refrigerantes demonstraram ter uma maior capacidade de hidratação nas primeiras horas após o consumo. No entanto, devido às altas concentrações de açúcar, essas bebidas não mantêm a hidratação em longo prazo, pois o açúcar retira água do corpo para diluí-lo, levando à desidratação.

Os pesquisadores classificaram as bebidas testadas em termos de hidratação, com o leite desnatado no topo da lista, seguido por soluções de reidratação oral, leite integral, suco de laranja, cola, dieta cola, chá gelado, chá, bebida esportiva, água regular, água com gás, cerveja e café.

Como o estudo deve ser interpretado?

Conversamos com a nutricionista Mariana Morretti, que comentou os resultados da pesquisa. “É fundamental termos a clareza de que a água é um líquido precioso e seu consumo é insubstituível ao corpo humano, por isso a ingestão hídrica deve ser a principal fonte de hidratação humana indiscutivelmente”, fala a especialista.

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Ela indica que é preciso ter critérios ao ler e interpretar uma notícia ou artigo científico. “É fundamental compreender a fundo os parâmetros e verdades envolvidas no contexto e realmente interpretar como foi conduzido o estudo científico, qual metodologia foi usada e como foram julgados e comparados os resultados e discussões”, completa a especialista.

Segundo ela, o resultado indica que o volume de urina gerado pelos participantes foi menor após o consumo de bebidas com maiores teores de macronutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras) e de eletrólitos (principalmente sódio e potássio) e menores teores de agentes diuréticos (principalmente cafeína e álcool).

“Neste caso, vale refletir sobre a metodologia utilizada, já que a capacidade de hidratação foi julgada apenas pelo volume de urina excretado pós-consumo das bebidas. E, por isso, vale questionar a abrangência e a suficiência desta metodologia, já que outros parâmetros de análise sistêmica não foram julgados”, diz Mariana.

Vale ressaltar que o próprio estudo traz como observação, em discussões finais, que não foi possível determinar diretamente a influência relativa entre os componentes individuais das bebidas no equilíbrio dos fluidos, reforçando que estudos futuros deverão examinar melhor a importância desses nutrientes isoladamente.

“Sendo assim, o consumo de água é insubstituível à saúde, mas a utilização de líquidos que contenham mais macronutrientes, mais eletrólitos e menos agentes diuréticos auxiliará, sim, a reter mais água e a reduzir o volume urinário do dia”, finaliza.

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